A edição nº.4390 do semanário O DEVER, é reveladora da incapacidade e ignorância dos seus responsáveis editoriais.
A bonita fotografia de uma regata de botes baleeiros, em metade da primeira página, alusiva aos 505 anos do Município, abriga um texto laudatório da actividade camarária, aparentemente inocente, e chama-se a atenção do leitor, abusando da sua boa fé, para desenvolvimentos na página 10. (ver 1ª pag dO DEVER em http://lajes.blogspot.com ) O que lá se encontra, pasme-se! é uma página inteira com publicidade institucional, não assinalada, como manda a lei, da responsabilidade da Câmara Municipal.
Não comento a "propaganda" camarária sobre obras em curso ou já executadas.
Critico e protesto, veementemente, contra a evidente SUBMISSÃO, FALTA DE ISENÇÃO E INDEPENDÊNCIA, IGNORÂNCIA OU SABUJICE dos actuais responsáveis pelo mais antigo jornal das ilhas do Pico, Faial e São Jorge (onde nasceu O DEVER).
Custa-me dizê-lo, mas não sois competentes para a responsabilidade que ocupais. Não revelais conhecer as mais elementares regras do jornalismo e da imprensa escrita, não dais aos leitores garantias de informardes com verdade, nem de defender a liberdade de expressão que a imprensa regional tanto se orgulha e dá provas.
Para um jornal católico, relegar para a última página a notícia desenvolvida da reabertura solene da Igreja de São João, presidida pelo Bispo dos Açores, optando, sem qualquer menção, por meia página de publicidade camarária, é uma decisão inqualificável. Atingiu-se as mais elementares normas jornalísticas e menosprezou-se a inteligência dos assinantes, leitores e dos habituais colaboradores, que dignificam o jornal como Instituição e com um passado de grande e reconhecido mérito.
Deste blog, onde se trata de questões respeitantes à nossa terra, lanço um apelo ao Bispo da Diocese para que examine, com atenção, a necessidade urgente de colocar à frente dO DEVER, padres ou leigos que, semanalmente, construam e dignifiquem o jornal e a memória do seu fundador Pe Madruga.
Foi um grave e premeditado atropelo ao Código deontológico e à Lei da Imprensa.
Um pedido de desculpas, não apagará esta afronta ao historial do jornal em cujo cabeçalho o seu fundador deixou o lema: Por Deus, pela Pátria.
Quem não tem competência não deve exercer tão nobres funções.
A bem dO DEVER.