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Numa nota da Presidência da Câmara Municipal publicada no último número do Jornal O DEVER, Sara Santos anuncia a apresentação à Assembleia Municipal e aos cidadãos do relatório de contas relativo ao ano transacto.
Como cidadão deste concelho, julgo que o mesmo deveria estar disponível no sítio da CMLP para que, numa atitude aberta e transparente, todos o possam consultar e analisar.
Sara Santos acrescenta porém que: "não deixaremos que medidas de diversão, contrárias ao espírito democrático, nos desviem da estratégia e da linha de acção que definimos para o desenvolvimento do nosso Concelho". E elenca como importantes concursos de obras: a construção do furo do Arrife e a remodelação e ampliação da rede de águas e pavimentação do Caminho das Terras. Nada mais! O resto dos concursos é para depois e visam a repavimentação de caminhos municipais que levará dois anos a fazer.
Discordo da concepção de democracia de Sara Santos, em tudo semelhante à ditadura de partido único, de má memória, pois nega aos opositores e discordantes o direito de opinião a que chama "as medidas (?) de diversão contrárias".
Que se cuide a oposição! O direito à crítica, à apresentação de propostas e projectos diferentes, não cabem na democracia de Sara Santos, que não arredará pé das suas propostas eleitorais, mesmo que o senso comum ou a evolução da sociedade exijam mudanças.
Sara Santos está por isso bem longe do PSD, pois o seu antecessor em artigo publicado no mesmo jornal defende que se deve "olhar para além do nosso umbigo", que "o político deve rasgar novos caminhos", que " o exercício da política só faz sentido se for o da resolução dos problemas concretos das pessoas"; defende Cláudio Lopes "uma democracia praticante" , uma sociedade activa e pluralista, uma administração aberta"...enfim são dez mandamentos que o político que os não pratica desmerece a confiança dos eleitores.
A democracia de Sara Santos está nos antípodas da conquistada em Abril e consolidada em Maio. É a democracia do CACIQUE.
Ter a maioria dos votos é apenas o início de um processo democrático, resultante da delegação temporária do poder soberano do povo. Este é "quem mais ordena". Sempre! Mesmo que temporariamente, surjam ditadores e caciques a pretender dele servir-se ou a subjugá-lo.
A História dá-nos sobejos exemplos de governantes desses.
com imagem em: http://lajes.blogspot.com