Esta noite sonhei com uma ilha cheia de sol, de sonhos e de gente, que trabalhava, afanosamente, em terra e no mar, para desenvolver as suas vidas. Ouvi o ribombar do foguete assinalando baleia!, e puz-me a correr para o caneiro, para ver sair a Rosa Maria, a Cigana, a Aliança, transportando botes e baleeiros, esperançados em trancarem uma baleia grande.
A Lagoa, maré seca, ficou vazia e nós saltámos para dentro da chatinha da Cigana e demos uma voltinha enquanto o cabo de mar não nos via...
Depois, fomos para a escola, inquietos por voltar à Lagoa - os nossos barquinhos rasgavam vaguinhas pra-trás-prá-frente e volta-a-trás e vai-à-frente, com uma velocidade que nos encantava...
Ao passar pela tasca do Tibério, no canto da Rua Nova, ouvi o vigia anunciar que o Liberdade tinha trancado a baleia e que todos regressavam a terra.
Acordei, com um sorriso, sem saber porque tinha voado tão rapidamente a um passado tão distante. E pensei para comigo: Esta Vila ainda há-de ser a grande terra que foi, embora com outras gentes, outras actividades e outro dinamismo.
Basta que quase todos queiram.
E queremos umas Lajes melhores!