Um dia destes um iate andou às voltas sem saber se podia entrar na baía junto à muralha de defesa da Vila. Entrou, voltou a sair e foi para junto do Portinho e só voltou porque uma embarcação foi junto dele, dizer-lhe que podia entrar no porto das Lajes. Só mais tarde apareceu a polícia marítima.
Ora tudo isto acontece porque a Delegação Marítima das Lajes, só existe no papel, ou melhor: tem um edifício em manifesta degradação, abre 3 horas uma vez por semana e o delegado marítimo, agora adjunto do Capitão do Porto da Horta, vive em São Roque, e contra sua vontade, não dispõe de meios humanos para exercer cabalmente, e a contento popular, as suas funções.
O que aconteceu o outro dia com um iate, vai acontecer mais vezes, após a inauguração do porto de recreio náutico, preparado para 86 lugares. Sucederá, porém, que, se os iates que pretenderem atracar, não encontrarem facilidades, dão meia volta e vão-se embora e nós ficamos "a ver navios".
Como vai proceder o Delegado Marítimo das Lajes do Pico e de São Roque, para prestar o serviço de apoio e fiscalização aos iates, se não tem pessoal residente?
Acaso o Senhor Capitão do Porto da Horta está interessado em resolver a situação, ou não vai dar resposta à nova estrutura portuária, a única nos Açores, onde a Delegação Marítima está , na prática, desactivada?
Acaso os responsáveis políticos e as entidades marítimas já pensaram nisto?